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Agência Ophelia
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Participar de atividades culturais favorece o desenvolvimento integral

Pesquisa “Hábitos culturais” aponta contribuição no desempenho escolar e nas relações sociais; 97% dos pais consideram a cultura importante

De acordo com a quarta edição da pesquisa “Hábitos culturais”, 97% dos entrevistados que são pais dizem que é importante que crianças e adolescentes realizem atividades culturais em prol do desenvolvimento integral, observando o desempenho na escola e a sociabilidade. O levantamento foi feito pela Fundação Itaú em parceria com o Datafolha, tendo ouvido 2.405 indivíduos – destes, 67% têm filhos.

Apenas 3% da amostra não vê importância na participação em atividades culturais na infância e na adolescência. “A cultura tem papel importante na educação e favorece o desenvolvimento integral. Isso pode estar associado a melhores experiências de aprendizado e melhora do clima escolar, por exemplo, além de fazer com que as crianças se sintam mais engajadas com a escola”, diz Anna Paula Montini, gerente do Observatório da Fundação Itaú. 

O impacto positivo no desempenho escolar é observado por 95% dos entrevistados que têm filhos, enquanto 94% apontam também a contribuição para o relacionamento em casa. Por fim, 93% ressaltam o melhor relacionamento de crianças e jovens com outras pessoas.

A média é de 2,4 filhos por entrevistado, sendo que 46% dos entrevistados têm filhos até 18 anos e 50% com mais de 19 anos.

Competências e habilidades socioemocionais
O impacto positivo no desenvolvimento de competências e habilidades socioemocionais de crianças e adolescentes é observado amplamente pelos pais – 54% indicam que a participação em atividades culturais influencia principalmente na criatividade dos filhos. 

Já 38% ressaltam a contribuição para o autoconhecimento e 37% dizem impactar a empatia e a construção do senso de cidadania. Ainda, 35% dos pais observam melhora no engajamento e na formação de pensamento crítico.

Há influência positiva na capacidade de comunicação e na assertividade das crianças e jovens (21% dos entrevistados com filhos), na autonomia de crianças e jovens (19%), na flexibilidade (11%), na capacidade de estabelecer redes de contato (8%) e no letramento digital e tecnológico (5%). Apenas 6% da amostra diz que não há nenhum impacto nas habilidades e competências de seus filhos.

“Essas competências são essenciais para os jovens no mundo contemporâneo”, diz a gestora da Fundação Itaú. “A opinião dos pais é um bom orientador para estimular políticas públicas que fortaleçam a cultura como elemento transversal na educação.”   

Influência da escola e de professores
Segundo a pesquisa, professores e instituições de ensino são mais mencionados do que influenciadores digitais e críticas especializadas quando se busca uma recomendação de atividade cultural. Do total de entrevistados, 13% disseram que se informam por professores e 12% pela escola ou universidade. Influenciadores digitais foram citados por 10% da amostra.

No recorte por faixa etária, os professores têm mais influência nos alunos de 16 a 24 anos (16% dizem que se guiam por essa fonte). O mesmo vale para a escola, que é lembrada por 15% dos entrevistados nessa faixa etária. 

Ainda, a escola figura como um importante polo para a realização de atividades culturais. Quarenta e um por cento dos entrevistados declaram que praticam atividades culturais em estabelecimentos de ensino, à frente de lugares como teatro (24%), biblioteca (20%) e museu (19%).

“A pesquisa ressalta em vários aspectos a relação direta entre cultura e educação, e o apontamento da escola como um dos principais locais para a participação em atividades culturais é de suma importância para entender como podemos melhorar a qualidade da educação brasileira”, continua Montini. “A escola deve servir de lugar de inspiração para crianças e jovens, tendo papel ativo no desenvolvimento integral desses alunos e usufruindo dos benefícios da arte e da cultura para a promoção de habilidades socioemocionais”, conclui.

A pesquisa “Hábitos culturais” ouviu 2.405 pessoas de 16 a 65 anos em todas as regiões do país, por meio de entrevistas presenciais e telefônicas, entre os dias 1o e 28 de setembro de 2023. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O índice de confiança da pesquisa é de 95%. Cada ponto percentual representa 1,4 milhão de indivíduos.

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