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Camila Almeida/Fundação Itaú
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Economia criativa ganhou cerca de 7,8 milhões de novos trabalhadores em 2023

Dados coletados pelo Observatório da Fundação Itaú revelam o aumento de 4% em relação a 2022 nas oportunidades para o setor criativo

O número de postos de trabalho para os segmentos da economia criativa registrou um aumento importante durante o ano de 2023. Seja nas áreas relacionadas à moda, atividades artesanais, indústria editorial, produção audiovisual, na música, ou no desenvolvimento de software, jogos digitais e serviços de tecnologia, o setor registrou uma expansão de 4% na oferta de empregos, o dobro dos 2% registrados na economia geral.

De acordo com os dados divulgados pelo Observatório da Fundação Itaú, o setor obteve um crescimento constante a partir do segundo trimestre do ano passado, de abril a dezembro, criando 577 mil postos de trabalho, duplicando o saldo do ano anterior de 287 mil, o que significou cerca de 7,8 milhões de pessoas empregadas.

“Alcançamos em 2023 o maior patamar de emprego na economia da cultura e das indústrias criativas desde 2012, início da série histórica analisada pelo Observatório”, pontuou Jader Rosa, superintendente do Itaú Cultural. 

O Circo Multicor promove Arte e Educação por uma Infância sem Racismo da organização Sociedade Assistencial de Beberibe
O Circo Multicor em Beberibe (CE) (Crédito: Camila Almeida/Fundação Itaú)

A partir desse aumento, um ponto a ser considerado é a taxa de formalidade no segmento, que cresceu 3%, representando 4,9 milhões de ocupados e 63% do total no setor. Por outro lado, a taxa informalidade também cresceu expressivamente, sendo refletida em 5% dos empregos, simbolizando 2,9 milhões de trabalhadores e 37% das atividades desenvolvidas na economia criativa no 4º trimestre de 2023.

Em geral, os profissionais do segmento obtiveram uma remuneração de aproximadamente R$4,5 mil, estando acima da média nacional de R$3 mil. Entretanto, diferenças salariais foram observadas entre os atuantes desse setor econômico, principalmente nos recortes de gênero e cor/raça. Enquanto os brancos receberam R$5.600,00, pretos e pardos foram remunerados em R$3.000,00 e R$3.100,00, respectivamente.

Quando somados ao gênero, os dados coletados revelam uma diferença salarial ainda mais acentuada: brancos do sexo masculino ganhavam em média R$ 6.900,00 mensais, ao passo que pardos e pretos, no mesmo intervalo, recebiam R$ 3.900,00 e R$ 3.600,00 mensais.

Já as mulheres brancas recebiam em média R$3.900,00, enquanto as trabalhadoras pardas e pretas R$ 2.200,00 mensais em média, valor menor que 1/3 pago aos homens brancos trabalhadores do setor e 56% do valor recebido por mulheres brancas, no último trimestre de 2023. Confira o painel completo de dados aqui. 

Sobre o painel de dados

O painel de dados utiliza dados trimestrais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), divulgada periodicamente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento abrange tanto empregos formais (aqueles com carteira assinada, servidores públicos e profissionais empregadores ou conta-própria com cadastro formal de CNPJ) como e empregos informais (trabalhadores sem carteira assinada e profissionais empregadores ou conta-própria sem cadastro formal de CNPJ). Acesse aqui a metodologia completa do Painel de Dados da Fundação Itaú.

Sobre o Observatório da Fundação Itaú  

Criado em 2023, o Observatório da Fundação Itaú tem como objetivo produzir e disseminar conhecimento e pesquisas nos campos da educação, da cultura e de contextos socioeconômicos. Dessa forma, busca apontar tendências e fomentar o debate e a sensibilização da sociedade civil e do poder público em torno dessas áreas.

No campo da cultura, dando continuidade ao Observatório criado em 2006 no Itaú Cultural, o foco está na gestão, na economia e nas políticas culturais, promovendo estudos e debates sobre esses temas, estimulando a reflexão sobre a cultura e a criatividade em seus vários aspectos e analisando os indicadores nacionais.

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